segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Capitulo 5 Nora, triste historia.


 Uau como cansa, não pode ser menas voltas!
 Olhei para Alice pra ver se ela pensava a mesma coisa, mas ela tava olhando pro outro campo, o de beisebol, pro garoto que nós conhecemos o Victor, ta ele é bonitinho mas fica olhando pra ele daquele jeito já é exagero.
 Eu dei uma cotovelada nela antes que a Laura visse, ela olhou pra mim e deu um sorriso de quem foi pega no flagra e abaixo a cabeça.
 Depois que terminamos as voltas fomos jogar beisebol, e foi a vez dos garotos de correr. Tenho que confessar estudar aqui tem suas vantagens, por ser quente os garotos tiram a camiseta, bom alguns, e olha que não é permitido, e outra vantagem é que a maioria são lindos, sarados e ficam mais perfeitos ainda quando estão fazendo exercícios,  melhor que ficar sentado e fumando, como no Brooklin.
  Bom enfim jogamos beisebol que acabei percebendo que sou péssima, mas depois que acabou a aula nós fomos tomar banho para ir pra próxima aula que e´ nada mais nada menos que Aula de Direção. Também acabei me saindo muito ruim nessa aula, já a Alice mando bem, pelo jeito eu não posso ficar atrás de um volante. Depois dessa aula foi a ultima de geometria, com a professora Anabete Diniz, que nos disse para chama-la ou de Ana ou de Bete, Alice e eu ficamos no fundo nas ultimas carteiras, uma na frente de outra, na terceira fila do lado da porta.
 Como eu não estava entendendo nada do que a professora tava falando, os meus pensamentos foram vagando para aquele dia (ontem), para a nossa conversa com o fantasma Daniel. Tenho que confessar ele é muito bonito principalmente quando deitou a cabeça pro lado, fico imaginando, quando ele era vivo ele devia chamar bastante a atenção quando passava na rua, bom das garotas é claro, e alem do mais naquela época os garotos se cuidavam e ajudavam a família, ele devia ser bem educado...
 Uma folha de papel me acorda me tirando daqueles pensamentos que nem sei como foi chegar até eles. Caramba. Desdobrei o papel, era a letra da Alice, ela esta na minha frente.

“ Assim que o Jared vir nos buscar, vamos pedir pra ele nos deixar no museu.”

 Eu me inclinei na carteira e sussurrei no ouvido dela.
 -Ta mas o que vamos dizer pra ele, já fomos no museu ontem – assim que me endireitei ela me passo outro papel – Cara você é rápida!
 Ela balanço a cabeça pros lados sorrindo.

“ Bom o Sam não teve que fazer um trabalho de História, então nós também teremos que fazer, só que ainda não escolhemos o tema, então vamos lá pra dar uma olhada e ver se alguma coisa nos inspira, você topa? ”

 -Ta tudo bem eu topo – e assim continuo o resto da aula que eu continuava a não entender.
 Na hora de ir embora nós nos encontramos com o Sam e a Samanta no portão do lado de fora da escola, assim que Jared estacionou nós entramos, desta vez Samanta foi na frente, Alice e eu fomos pro fundo e o Sam na nossa frente.
 -Jared você pode nos deixar no museu? – eu perguntei assim que ele começou a acelerar.
 -Mas por que Nora? – ele olho pra mim pelo espelho retrovisor.
 -Nós temos que fazer um trabalho – Alice foi logo dizendo – Mas ainda não escolhemos um tema e achamos que indo no museu poderíamos ter alguma idéia.
 -Eu tenho minhas suspeitas – disse a Samanta dando um sorriso zombeteiro – Fiquei sabendo que os jovens do Brooklin usam essa desculpa todo santo dia.
 -O que você esta insinuando Samanta – sério essa garota deve ter algum problema.
 -Calma Nora ela não vai consegui nos irritar – Alice olhou para mim – ou vai?
 -È claro que não Alice – olhei para as costas da Samanta e sussurrei – Sua vaca.
 Alice não aguentou e começou a rir.
 -Ta garotas eu vou ignora o que a Samanta disse e vou confiar em vocês – Jared fez uma curva e foi em direção contraria – Quando vocês terminarem me liga e eu venho buscar vocês tudo bem?
 -Ta tudo bem Jared – Alice olhou para mim e deu uma piscadela.
 Jared nos deixou na entrada do museu, e depois que ele saiu nós entramos. Assim que entramos vimos o segurança de ontem parado na porta nos observando. Com tudo que estava acontecendo eu não tinha reparado como ele era grande e corpulento, parecia um armário. Nós passamos direto por ele, e fomos a caminho da estatua de Daniel, mas ele não estava lá, então fomos para a estatua do padre, que em frente dele tem um banco, no meio do corredor.
 -Será que ele aparece?
 -Acho que sim Alice, o que nós vamos fazer?
 -Espera eu estou pensando.
 -Mas foi sua ideia vir aqui, mas o padre não devia estar aqui .
 -É verdade, nós não podemos esquecer de perguntar Nora – disse Alice olhando para os lados procurando-o.
 -O que vocês estão fazendo aqui – olhamos para traz e ele estava nos encarando – Eu não disse pra vocês ficarem longe de mim.
 -Olha, tem algum lugar onde podemos conversar sem platéia – disse Alice.
 Hoje avia muitas pessoas, haveria como conversar direito sem que alguém percebesse que nós estamos falando com o nada.
 -No fundo do museu a um quartinho, onde eles guardam as coisas de limpeza – ele foi seguindo na frente nos mostrando o caminho.  
 -Os seguranças vão... – comecei a falar.
 -Eles não vão pegar vocês – disse ele olhando para trás – Depois de um tempo aqui você acaba descobrindo tudo. Os melhores esconderijos, por onde ir pra não ser pego – ele olhou ´pra gente e deu um sorriso – e acaba descobrindo os lugares favoritos onde os funcionários gostam de... de... vamos dizer namorar.
 Caramba só de imaginar o que ele deve ter visto e ouvido. Só de imaginar na hora que você esta fazendo sexo em um quartinho de museu e ainda por cima esta sendo observado deve ser bem constrangedor. Comecei a sentir o rosto esquentar.
 -Nora você esta corando? – perguntou Alice espantada.
 -Acho que ela sabe do que estou falando – disse Daniel olhando pra mim e sorrindo.
 -Ei não é isso que vocês pensão. Alice tenta imaginar você e um garoto namorando e sendo observado por... ele – eu apontei para ele, mas ele começou a rir da minha forma de explicar  - Seria invasão de privacidade, e também bem ruim.
 -Ta, ta, entendi seu ponto de vista – ela disse achando grassa no meu constrangimento.
 -Bom chegamos. Podem entrar – ele abril uma porta onde dentro tinha vários equipamentos de limpeza.
 -Daniel você é de 1965, eu achei que naquela época os rapazes fossem mais educados – eu disse.
 -E eu fui, mas agora estou na sua época e a educação e cavalheirismo não parece valer a mesma coisa – ele começou a ficar serio, mas por um lado tenho que concordar com ele.
 -É, Nora vendo por este lado nós temos que concordar – Alice colocou a mão no meu ombro.
 E a verdade é que eu concordava.
 -Bom mas nós não viemos aqui pra falar sobre isso – Alice abaixou a mão e olhou para ele – Nós viemos por sua causa.
 -Mas eu não quero a sua ajuda – ele fechou os olhos e suspirou.
 -Daniel só nos conte como você morreu – eu disse devagar e com calma – Por favor só a sua historia – bom um pouco de educação não faz mal a nenhum.
 -Tudo bem, só porque pediu educadamente, baixinha – ele olhou para mim.
 -Não me chame d... – Alice e tapou a minha boca.
 -Ela não vai falar nada, não é Nora? – eu acenei, e assim que ela tirou a mão eu me acalmei, de novo, e dei dois passos pra trás e acabei esbarrando em algumas vassouras, rodos e tudo acabou caindo em cima de nós.
 Alice e eu gritamos, não muito alto, mas  se tivesse alguém passando por perto ouviria e ao mesmo tempo nos agachamos.
 Mas não sentimos nada caindo sobre nós, e quando olhei pra cima eu vi Daniel segurando tudo, um pouco com as mãos e um pouco com mente, já que os fantasmas tem um tipo de poder telepático, ou como dizem telecinético, um lance de mover as coisas com a mente. Isso deve ser bem legal.
 -Deveria tomar mais cuidado baixinha – ele colocou as coisas no lugar e nos ajudou a levantar.
  -Por você ter nos ajudado não vou reclamar – eu aceitei sua ajuda e assim que me recompus acrescentei – Mas o meu nome é Nora.  
 -Ta tanto faz  - ele revirou os olhos – eu conto e ai vocês me deixaram em paz!
 Alice e eu nos encaramos mas não dissemos nada.
 -Bom por onde eu começo – ele se encostou na porta como se estivesse cansado, coisa que não faz sentido algum já que ele não faz nada, a não ser ficar bisbilhotando a vida dos zeladores do museu – Bom mesmo eu sendo de  1965 meus pais gostam de manter as tradições, então eles arranjaram um casamento pra mim, o nome dela era Sabrina Lefreve, ela era bem bonita, pele clara, cabelos ruivos encaracolados... ela era linda. Assim que nossos pais formaram o compromisso, eles começaram a marcar encontros para nós dois, tipo sair para andar no parque, passeio no bosque, piquenique, tomar chá na varanda da casa dela.
 “Nós dois éramos filhos de fazendeiro, meus pais queria que eu me casa-se para ter filhos e continuar a nossa geração, e os pais dela porque ela era filha única e eles precisavam de um homem para cuidar da fazenda. E conforme o tempo ia passando eu ia me apaixonando ainda mais dela, mas depois de alguns meses ela começou a me evitar. Até que descobri que ela tinha um amante. Então resumindo, seu amante não queria que nós nos cassemos, no dia do nossa casamento eu fui para a igreja mais cedo para falar com o padre, e quando percebi já era tarde demais estávamos cercados pelas chamas e acabamos inalando muita fumaça. Bom é isso e agora estou aqui falando com duas meninas me fazendo reviver tudo o que de pior me aconteceu.
 -Aonde o padre entra nisso? – pergunta Alice, bom ela não se esqueceu ao contrario de mim.
 -Ele era o meu melhor amigo, eu contava tudo para ele, e ele sabia sobre Sabrina e seu amante, e já que eu estava com ele na igreja vazia, porque não se livrar dos dois de uma só vez.
 -Mas por que ele não esta aqui com você? – eu perguntei.
 -Ora ele era padre, ele deve ter perdoado seus assassinos ou sei lá o que.
 -E você por que esta aqui? – eu olhei diretamente em seus olhos.
 -Eu não sei – ele desviou os olhos.
 -Será vingança? – perguntou Alice.
 -É e quem eu vou vingar, eles estão mortos – ele franziu a sobrancelha e fico de frente pra Alice.
 -Tudo bem, Alice vamos – eu peguei o braço dela fui puxando em direção a porta – Ele já nos disse a sua historia agora nós temos que ir. Obrigada Daniel.
  - Agora vocês vão me deixar em paz ?
 Eu olhei por sobre o ombro e sorri pra ele. – Não, com certeza não.
 Na hora que saímos Alice ligou para o Jared e ele veio nos buscar.
 Todos já tinham tomado banho e se preparado para jantar, enquanto mamãe e Jared preparavam tudo Alice e eu subimos pra nos lavar.
 Pelo menos cada um tem seu próprio banheiro, esse foi um dos motivos deu ter gostado daqui logo de cara.
 Meu banho foi bem demorado, a água estava quente, do jeitinho que eu gosto, relaxei os meus músculos do ombro que estavam tensos, desliguei o chuveiro, me enrolei na toalha e sai do banheiro pra me trocar.
 Estou atravessando o quarto em direção ao closet quando sinto uma coisa fria no meu ombro. Assim que me viro do de cara com Daniel. Bom eu não esperava por isso, e com o susto acabou escapando um grito da minha boca, e foi dos bons.
 -Fica quieta – ele fico surpreso com minha reação, e tapo a minha boca com a mão para abafar pelo menos um pouco o meu grito.

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