sexta-feira, 19 de julho de 2013

Capitulo 7 Nora, garoto chato

Assim que terminamos subimos para o quarto e copiamos tudo que precisávamos para ficar em dia com a matéria. Depois que terminamos fomos nos arrumar para dormir. Assim que me troquei eu cai na cama morta de cansaço. Até que eu estava gostando daquela casa, um quarto só pra mim, uma cama só pra mim, ainda mais sendo uma cama tão grande.
 -É vo me acostumar com essa vida – disse para mim mesma.
 Minutos depois eu apaguei. Acho que devo ter dormido por uma hora, mas sabe aquela sensação de que esta sendo observada, pois é, to sentindo isso agora.
 Eu me sentei na cama e olhei pelo quarto, ele esta iluminado apenas pela luz da lua que entrava pela janela aberta, foi nessa hora que vi um vulto passar pela janela. Abri a boca pra dar mais um dos meus gritos mas algo me impediu.
 Pronto tem um ladrão na minha casa e pior ainda no meu quarto.
 -Por favor não grite – ele tirou a mão e foi para a janela na luz – Vil sou eu.
 -Daniel o que você ta fazendo aqui de novo – me estiquei na cabeceira da cama e estiquei as pernas, puxando a coberta mais para cima.
 -Desculpe não queria te acordar – ele se sentou na poltrona da janela, e eu percebi que estava com um livro meu nas mãos  - È que não queria fica no museu sozinho, estava esperando que vocês estivessem acordadas para conversar – ele olhou pro lado e sorriu – Eu encontrei todos dormindo, ai peguei este livro pra ler.
 “Gente que sorriso é aquele!” Por que eu pensei isso, eu não devia fica reparando no sorriso dele.
 -Daniel posso lha fazer uma pergunta?
 -Pode.
 -Você não quer a nossa ajuda.
 Ele pensou um poço e disse:
 -Isso não é uma pergunta.
 Mas que garoto chato.
 -Ta, deixa eu reformula isso, por que você não quer a nossa ajuda?
 Ele penso mais um poço, e achei que não ia responde, então quando tava me deitando de novo ele falo:
 -Tenho medo.
 Eu o olhei espantada, como um cara como ele, grande, inteligente, bonito, de braços fortes... por que estou pensando assim de novo.
 -Medo, do que?
 -Do que tem lá. Olha eu não tenho medo daqui porque eu vi a mudança acontecer, quando eu era vivo era de um modo e depois que morri vi tudo isso muda e mudei junto – ele paro um poço, e olhou pra mim, mas não pra mim inteira, ele olhou direto em meus olhos como se procurasse alguma coisa – Mas eu não sei como é lá, o paraíso, é assim que vocês o chamam né. Nem sei se seria pra lá que eu iria.
 -Claro que seria Daniel, você foi uma pessoa muito boa, cuido e ajudo a sua família, aceitou tudo e fez tudo o que lhe foi pedido – eu olhei direto em seus olhos.
 -Mesmo te conhecendo a pouco tempo, eu posso ver em seus olhos como você foi, e ainda é. E...
 -E? – ele incentivou.
 -Mesmo não te conhecendo eu... eu... – minha garganta travava, mas por que? – Eu confio em você.
 -Sabe Nora – ele se aconchegou mais na poltrona – Você e eu não nos saímos muito bem no começo, mas pra falar a verdade eu to começando a gostar de vocês. – ele espero um pouco, ficou me olhando – Vocês querem mesmo me ajuda não é?
 Eu balancei a cabeça positivamente.
 -Tudo bem eu aceito a ajuda, se bem que eu não pedi e não vejo nada de mais em continua aqui.
 -Daniel você não se sente sozinho? Sem pode fala com ninguém e sem pode ser visto. È meio chato.
 -Vocês falam comigo, vocês me vê.
 -Sim agora mas antes não, e um dia nós poderemos ir embora, ou uma hora nós morreremos e você ficara sozinho de novo.
 -Tudo bem estou entendendo.
 No momento em que citei a possibilidade de nós nos mudarmos ou morrer ele pareceu se entristecer. Será que ele não quer que nós vá?
 Nós conversamos por muito tempo, sobre tudo, principalmente sobre a nossa mediunidade. Quantos fantasmas nós ajudamos, quantos nós mandamos em borra por estar causando problemas e se nós já conhecemos  outros mediadores. Eu tive que explicar pra ele um dos motivos do por que dele ir embora, que depois de alguns anos sozinho os fantasmas começam a se entediar, e com a desculpa de se distrair começam a causar confusões para com os que estão vivo, ou simplesmente ficam ruins, incomodados com sua situação. Sem poder voltar atrás de sua decisão. Não há muitos mediadores por aqui, uma vez que você o encontra ele fará o possível para te ajudar, sendo vingança ou não, bom pelo menos o mediador que nos conhecemos era assim. 
 -Como ele era? – perguntou Daniel.
 -Ele era velho – eu sorri e ele também  - Não sério ele era um senhor que morava na esquina de casa, sempre que Alice e eu passávamos na frente pra ir ao colégio ele ficava nos observando de sua janela.
 -Então ele sabia sobre vocês?
 -Provavelmente, a forma como nós descobrimos que ele era um mediador foi bem legal.
 -Como foi?
 -Foi num final de semana, no domingo pra ser exato – as lembranças começou a vir a tona – Nós estávamos na rua com alguns amigos, até que o Nícolas  ele tem 7 anos e é irmão mais novo de um dos garotos que estava com nós, disse ter visto um velho no beco que fica a duas quadras de casa que ele estava falando sozinho, então nós fomos checar.
 -E aquele velho era aquele senhor.
  Ele não fez uma pergunta mas mesmo assim  eu respondi.
 -Era, mas enquanto todos viam ele falando sozinho nós o vimos falando com um fantasma. Percebendo a platéia ele olhou pra nós fez uma careta e foi embora – eu começo a rir – Olha a gente não estava tirando sarro dele, por que nós sabíamos de tudo, mas do jeito que aconteceu foi bem legal.
 -Mas e depois disso vocês foram falar com ele?
 -Fomos, e ele explico por que nós olhava daquele jeito. É que ele queria pedir a nossa ajuda mas não sabia como.
 - Ata bom, pedir ajuda... de vocês, conta outra – ele foi até a penteadeira a começou a olhar tudo – Bom da sua irmã até vai já que é ela que faz tudo, mas de você – ele olhou para mim e começou a rir.
 - Olha Daniel eu também ajudo. A Alice é a que pensa em tudo e eu  sou a que bota a mão na massa.
 -Nora nunca que um fantasma vai se sentir intimidado por você. Você pode ser corajosa, mas também é arrogante – eu ia falar algo mas ele me cortou – Isso pode ser bom em alguns momentos mas em outros pode ser burrice, você é frágil demais e pode acabar se machucando, alem de ser pequena – ele olhou diretamente para mim – e é por isso que eu gosto tanto de te irritar.
 Sinceramente eu não sei se aquilo foi um elogio ou uma ofensa, mas eu fiquei chateada pelo comentário.
 -Como você consegue Daniel – comecei a me arrumar para dormir – Em um momento você é bem legal mas em outros você é tão... tão... chato.
 Não consegui encontrar palavras melhores mas parece que funcionou.
 -Nora... Nora eu não queria...
 Eu i ignorei, tentei dormir mas por um tempo eu tive que ouvir suas desculpas, mas acabei dormindo.

 E sem sonhos, ainda bem.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Capitulo 6 Alice, invasão de privacidade


Eu estava sentada num banquinho que fica no balcão que divide a cozinha. A mamãe ainda estava preparando o jantar. Seriamente o Jared é mais rápido do que ela. Foi quando nós escutamos o grito da Nora, todos nos corremos para ver o que erra. Quando estávamos subindo as escadas com a confusão o Sam acabou tropeçando e quase levou Jared e eu que estávamos bem atrás dele juntos para o chão. Ao chegar no quarto a mamãe foi logo entrando.
 -Nora o que aconteceu? Você se machuco? – perguntou mamãe olhando Nora de cima a baixo checando.
 -Nada, não foi nada, eu só vi uma barata.
 -Você quer que eu a mate – Jared entrou no quarto e começou a procurar.
 Só então eu percebi Daniel sentado na poltrona de Nora. O que ele esta fazendo aqui e ainda por cima no quarto de Nora!
 -Não Jared ela já fugiu pode deixa, eu preciso me trocar – ela começou a empurrar ele para fora que continuava olhando no chão a procura do inseto, que nojo!
Claro que eles não podem ver Daniel, mas nós precisamos que eles saiam para falar com ele.
 -Cara você é muito escandalosa, tem medo de uma baratinha – Samanta estava atrás de todo mundo – Tomara que quando você estiver dormindo ela suba em cima de você e ande por tudo.
 -Quieta Samanta, saia daqui, você também Sam vamos deixar ela se trocar – Jared saiu levando todo mundo junto – Vamos Alice.
 -Não, ela pode ficar – ele olhou para Nora e ela acrescentou – Nós ficamos juntas por todo esse tempo, mais alguns minutos não vai mata ninguém.
 Assim que eles saíram eu entrei e tranquei a porta.
 -O que esta acontecendo aqui? Daniel o que você esta fazendo aqui? – perguntei, tudo bem que ele esta morto mas mesmo assim ele é um garoto e Nora esta de toalha.
 -Alice fica de olho nele, eu vou me troca – ela saiu e se tranco dentro do closet.
 -Daniel eu to esperando sua resposta? – cruzei os braços.
 -Me perdoe eu não sabia que ela tinha saído do banho, se soubesse nunca que eu faria isso. Me desculpe mesmo – pela cara que ele fez eu pude perceber que ele não fez por mal, foi simples sem quere – Nora você me perdoa? – ele falou mais auto, ele não precisava se preocupar se os outros ia escutar ou não.
 -Claro Daniel só tome mais cuidado – ela saiu do closet e veio em nossa direção.
 -Por que esta aqui Daniel? – eu perguntei chamando sua atenção. Ele estava olhando fixamente para Nora.
 -Eu queria pedir desculpas pela forma que eu agi mais cedo, foi agressivo e principalmente rude, eu não sou assim.
 -Agora esta falando como um verdadeiro cavalheiro – Nora falou e foi se sentar em sua cama, eu a segui, sentamos lado a lado no meio da cama e cruzamos as pernas.
 -Vocês duas são bem parecidas, mas só muda a altura – e voltou a se sentar na poltrona – A Nora é mais baixa. Não é baixinha – ele olhou pra ela e sorriu, dessa vez tive que segurar um riso.
 -Vou fingir que não ouvi isso – ela ficou emburrada.
 -E tem mais, já que vocês sabem da minha historia e estão oferecendo a sua ajuda...
 -Que você não aceitou – eu disse.
 -Mas já que ofereceram eu vou aproveita – ele se levantou e foi até a janela – E por onde vocês vão começa.
 -Se não é vingança, o padre não esta aqui para ajuda e os dois pombinhos também não – eu estava pensando em uma alternativa e estava bem difícil já que ele não sabia o porque dele esta aqui.
 -A gente poderia encontra os ossos dele e botar fogo – ela fez o gesto de riscando um fósforo imaginário – e puf ele vai embora.
 Daniel estava olhando para o por do sol que ficava bem de frente para nossa janela, e depois do que Nora falou ele se virou e estava com uma cara de assustado. Eu a olhei do mesmo jeito, como ela pode fala aquilo.
 -Você que não se atreva – em um piscar de olhos ele já estava em cima da cama, ele havia empurrado a Nora e estava segurando-a deitada – Entendeu. Eu estou colaborando com vocês, mas não faça com que eu me arrependa disso, posso ser bem perigoso quando quero.
 -Daniel, primeiro você quase vê Nora sem roupa nenhuma, agora quer subi em cima dela – eu estava puxando o braço direito dele para que a soltasse – E nós jamais faríamos isso.
 -Daniel saia de cima de mim – ela estava tentando se levantar mas ele não deixo – Ta legal, desculpa foi mal, eu sei, falei besteira me desculpa mesmo.
 Assim que ela se desculpou ele saiu de cima dela.
 -Mas tocando nesse assunto você sabe onde o seu corpo foi  enterrado – ele franziu o senho novamente só que desta vez para mim – Não é para isso, é só que, veja bem, nós não somos as únicas mediadoras do mundo, e se a sua ex-noiva ter voltado e estiver procurando por outro mediador para fazer exatamente o que Nora disse...
 -Há mais de vocês por ai? Você ta brincando né? – disse Daniel já recuperado
 -Sim tem mais, nós conhecemos um lá no Brooklin mesmo, ele que nos ensino tudo o que sabemos.
 -Ou, agora fiquei preocupado, será que ela volto?
 -Não á como sabermos – Nora foi se sentando novamente – Ela não apareceu pra gente, mas repetindo você sabe onde esta o seu corpo?
 -Não, eu não faço a mínima ideia.
 -Já que você quer ficar, teremos que achar e ficar de olho se Sabrina volto.
 -Nora, Alice venham o jantar esta pronto – gritou Sam.
 -Estamos indo – gritamos nós duas juntas.
 -Daniel podemos conversar amanha? – perguntei
 -Claro, vocês vão para o museu ou eu venho aqui?
 -È melhor ele vir aqui, Alice se formos no museu três dias seguidos os outros podem estranhar – Nora olhou para mim e aqueles  “ outros “ ela quis dizer mamãe, Jared, Sam, Samanta e o próprio segurança do museu.
 -Ela tem razão Daniel, você vem pra cá depois do nosso colégio pode se?
 -Pode, e alias eu gostei da sua casa, diga a seu pai que eu disse bom trabalho.
 -Ha, Ha, vai esperando e ele é nosso padrasto, há diferença entre pai e padrasto – Nora saiu da cama em direção a porta já abrindo-a.
 -Tchau Daniel ate amanha – eu falei, mas foi mais por educação.
 Depois que nos despedimos fomos janta, todos já estavam lá e esperavam nós duas para começar a comer.  
 -Caramba, tem que demora tanto assim pra se vestir, eu to com fome – a Samanta estava de costas pra gente e se virou pra nos ver entrando – Ei e a barata, ela resolveu não aparece, com aquele seu grito e a sua cara é claro que a bichinha ia se assusta.
 -Samanta – Jared a repreendeu – Se você disser mais alguma coisa desse tipo pode dizer adeus a sua carteira, você me entendeu.
 -Ta, foi mal.
 Então nos sentamos e começamos a comer.
 A janta estava deliciosa, uma coisa que eu não  podia acreditar é que foi minha mãe quem fez tudo, mas depois quando Nora e eu estávamos lavando a louça descobrimos que a mamãe teve ajuda do Jared.
 -Caramba Alice eu nunca levei um susto tão grande – ela tava lavando a louça, olhou pra mim e sorriu ao falar – Vo te fala se a toalha não estivesse bem enrolada eu teria deixado cair.
 -Seria muito engraçado.
 -Claro que não, por que você acha isso, seria constrangedor.
 -Pense bem ele é de uma época onde as garotas eram respeitosas e educadas, se duvida ele nunca deve ter visto uma garota de toalha, nem mesmo as próprias irmãs – eu não consegui segurar a risada que subiu pela garganta – Foi por isso que ele também se assusto.
 -Ta, mesmo ele sendo uma fantasma isso teria sido humilhante se tivesse acontecido.
 -Já terminaram meninas – a mamãe tem um péssimo abeto de entrar de fininho nos lugar.
 -Já mamãe – eu me virei e dei de cara com ela inclinada no balcão – Ai mamãe, precisa chegar tão perto assim?
 -Desculpe querida, não queria te assusta. Só queria pergunta se já fizeram o dever do colégio?
 -Mãe, não somos mais crianças – cara como ela pode pergunta isso pra gente.
 -Terminaram ou não?
 -Não mamãe, não tivemos tempo ainda – Nora se virou e estava secando a mão no pano – Mas não se preocupe já estamos indo.
 -Tudo bem – ele se endireito e foi em direção a porta, mas entes de sai ela paro e olhou pra trás, pra nós duas – È muito bom ter vocês perto de mim de novo. Senti muito a falta de vocês sabia?
 -Eu também – dissemos juntas.